Uma Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz que analisou o impacto na saúde mental de trabalhadores essenciais, revelou que sintomas de ansiedade e depressão afetaram 47,3% deles. Mais da metade da população sofre de ansiedade e depressão, ao mesmo tempo.
O burnout também vem crescendo. Segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamat), cerca de 20 mil brasileiros pedem afastamento médico por ano por doenças mentais relacionadas ao trabalho. É comum as pessoas confundirem depressão e ansiedade com a síndrome de burnout.
Neste artigo eu mostro como estratégias simples adotadas pelas empresas podem melhorar um ambiente tóxico e aumentar a produtividade nas empresas.
Programas de apoio à saúde mental
Por mais saudável que seja uma empresa, o colaborador pode não se sentir confortável em levar questões pessoais para o RH. Um serviço de apoio capacitado, seguro e isento é fundamental para desenvolver a cultura de saúde e bem-estar.
Incentivo a diversidade e inclusão
Empresas que possuem e investem em times heterogêneos, com diferentes experiências, pontos de vista e visão de mundo, criam um cenário rico, que estimula um ambiente mais inovador, mais produtivo e no qual existe muito mais diálogo.
Transparência e integração
Um ambiente que valoriza esses pontos, gera mais segurança e colaboração entre as equipes. Quando existe transparência, existe também abertura para que questões delicadas sejam debatidas, aumentando a confiança individual e coletiva.
Pesquisa constante de clima
A ferramenta é de extrema importância para conhecimento dos padrões presentes na empresa e identificação das necessidades mais latentes da empresa. Permite criar uma estratégia assertiva e combater os problemas na raiz.
O que uma empresa deve fazer quando percebe os primeiros sinais da síndrome de burnout em um colaborador?
Em algumas pessoas os sinais podem ser mais evidentes, enquanto em outras eles podem aparecer de forma mais sutil. Por isso é importante que as empresas falem abertamente sobre o tema e ofereçam informação e treinamentos. Quanto mais bem informados, maiores as chances dos gestores ou colegas de trabalho perceberem esses sinais e oferecerem ajuda caso necessário.
Como os programas de saúde mental nas empresas previnem a síndrome de burnout?
Programas de apoio à saúde mental dos colaboradores, também são de extrema importância: além dos profissionais especializados no assunto, são também um local seguro, onde a identificação e o acolhimento podem acontecer antes do problema crescer.
Os melhores especialistas para diagnosticar o burnout são: o médico clínico, o psicólogo ou o médico do trabalho. Além disso, as melhores empresas hoje, têm programas de suporte psicológico.
Exaustão no trabalho não é preguiça
As empresas e os colaboradores precisam estar cada vez mais atentos para a saúde mental no ambiente de trabalho. Peritos e médicos do trabalho estudam cada vez mais o tema. Falar sobre o problema é bom para todos. Ansiedade e depressão são distúrbios graves, mas que podem ser interpretados por parte da sociedade até como preguiça, ‘frescura’.
A síndrome de burnout pode trazer consequências graves e evoluir até para uma condição realmente incapacitante – com prejuízos estendidos aos familiares, aos colegas de trabalho e à empresa. Tratarmos mais abertamente e nos preocuparmos cada vez mais com a síndrome de burnout é muito importante.
Pode ser uma boa oportunidade para todos, para a empresa centrar nas pessoas, nos programas, nas lideranças, mas também para os colaboradores centrarem em seus próprios propósitos.
Quais caminhos podem ajudar os colaboradores e a empresa?
Programas de cuidado emocional voltados a fases específicas da vida em que há mudanças e pressão, como gestação ou aposentadoria;
Promoção de rodas de conversa com os colaboradores para debater ideias e soluções sempre incentivadas por um mediador;
Práticas de mindfulness, que treinam foco e presença, e programas de mapeamento da saúde mental dos colaboradores, para estratégias;
Programas que oferecem suporte de assistência psicológica, de serviço social, de consultoria financeira e de orientação jurídica;
Prática de atividade física, que pode ser incentivada com cursos e com benefícios corporativos oferecidos para o colaborador;
Treinamentos constantes para capacitar as equipes a respeito de burnout e também sobre primeiros-socorros em saúde mental.